6 de junho de 2009

The Princess and The Frog

- Estou a começar a passar-me com a minha vizinha de cima. A miúda arranjou uma bola de basket há dois dias e anda corredor para a frente, corredor para trás a bater com a bola. Eu ouço o tinir dos pratos nas paredes!

- Ainda por cima basket, que é deporto de pretos... Se fosse cricket!


Por vezes não entendo se as pessoas falam a sério ou se sabem só aproveitar uma boa oportunidade para encaixar uma piada de natureza discutível. Eu ri-me, o que, por sua vez, também é ligeiramente reprovável em alguns círculos académicos que eu não frequento.

1 de junho de 2009

Vai e não vem

Não estou de falar de passeios ao Príncipe Real para dar fígado aos pombos.
Nem do quão torturantes são as minhas frequentes viagens na Rede de Expressos - tudo por questões logiísticas - em que a RFM parece ter um contrato com esta empresa.

Talvez me esteja a referir ao estranho - para mim - enfoque que nas capanhas para as eleições ao PE se tem dado à questão Erasmus. Parece-me um caminho curtinho para atrair o voto daqueles jovens que vêem no "lá fora" a oportunidade, pelo menos, de menor controlo social.
Aparte todo o enriquecimento pessoal que este tipo de programas pode promover, se a malta for séria, talvez não queira regressar, e enveredaremos pelo já flagrante caminho do brain draining. Poucos voltam para tentar melhorar o país que os viu nascer com algo que aprenderam lá fora.
Se a malta não for séria, quanto muito o resto da Europa fica com a impressão de que somos uns bebedolas e que só gostamos de farra. De facto, quem é que já não pensou isso do grupo heterogeníssimo e abrastracto que são "os alunos de Erasmus"?
Eu cá acho que deviam também promover-se muitos passeios para os séniores, que, sendo uma fatia tão grande da nossa população, talvez fossem mais facilmente conquistados por uma viagem a Lourdes do que pela expectativa de melhorias de vida.

Afinal, o que é necessário é manter a malta distraída. De facto, a televisão pública tem feito um trabalho notável nesse sentido, em especial nos serões devotivos de domingo à noite. Salvo a RTP2, que se divide entre documentários, telejornal e o Câmara Clara, só podemos assistir - com um doloroso e contorcido esgar - aos programas de danças e desafinadas cantorias. [Isto já sem enveredar pela irresponsabilidade parental de quem expõe os filhos ao país e caminha por uma etsrada de tijolos amarelos que eu cá classifico como "soft mas frutífera exploração do trabalho infantil".]

Talvez devêssemos propor coisas que façam realmente sentido, que não sejam montruosamente incoerentes e risivelmente impraticáveis, como "salário mínimo europeu".

Felizmente, ninguém lê este blog, pelo que não vou ter militantes da JS, do MEP e do PCTP/MRPP, a atirar - com o folclore devido da campanha política - "postas de bacalhau" sobre o quão ressentida eu sou e o quão errada eu estou.

P.S. - Desafio, a quem de direito, a adivinhar quem teve, algures na nossa história, um discurso sobre "A Política de Verdade". A pista é simples para os geeks: era aquele senhor cujo nome a J.K. Rowling utilizou como primeiro nome do fundador da casa de Slytherin. Eu cá questiono-me se será uma coincidência ou se terá intenções subjacentes...