A vingança planeia-se na cama.
As mãos apertadas marcam os pulsos
agarram-se perto da garganta
e a asfixia torna-se prazer
enquanto ele me sussurra o plano que te fará cair
Eu, porque sou eu, não me vou arrepender
de o arrastar
pelos pés pelo pátio
da escola, até ser possível marcar as linhas do jogo da macaca com a mistura de sangue e saliva
corto-lhe uma mão, para ires atirando até chegares ao número 9
se ganhares, tens direito a chutar a cabeça dele, de certeza que
rolava até à baliza com facilidade.
Respondia de unhas cravadas na parede.
Sei que está vazia
Furões e ursos pardos, pequeninos, raspam-na por dentro
e vomitam de seguida, pobres criaturas,
Vou ter de as confortar, aconchegá-las no meu peito nu,
até que as convulsões amainem e eles possam esquartejar com as patinhas o que restasse do corpo dele.
E D. observa-me com um sorriso, encostado à parede, de blusão de cabedal e cachecol ao pecoço,
a minha saia de pregas esvoaça,
corro de um lado ao outro do pátio, os pombos pousam na carcaça,
e riem-se enquanto tento encestar um pé.
Finalmente podemos voltar para o leito matrimonial, que não mais será profanado por memórias da fraqueza e insipiência de outrém.