26 de maio de 2010

David C. Thorns

Já disse que não sou nem parecida com a Anne Hathaway nem tenho jeito para a política. Muito menos política dos "jotas". Meu deus... as coisas que tenho de ouvir.

25 de maio de 2010

Contraplacado, persianas, soalho e vidraças

"aquela simpática senhora" é um eufemismo?
"aquele bonito rapaz" é um engano? Será uma rapariga?
aquela é a Maya?

Eh, não interessa. Estas arritmias só me dão com o Festival Eurovisão da Canção, esse grande saco musical onde cabe toda a gente.
Ah mas a emoção não se iguala à dos Jogos sem Fronteiras, concurso transnacional com uma carga simbólica muito forte carimbada no nome. Já nem me lembro de como era.
Via-se à noite, com os meus pais a mandarem-me para a cama, as ondas a uns metros de distância e a promessa silenciosa de que amanhã ia voltar a ser besuntada com protector solar.
O sofá tinha um padrão floral, daqueles que agora todas as lojas têm impresso nas t-shirts de senhora.

16 de maio de 2010

dois elásticos verdes de borracha

Adoro-te nos sons da cultura pop
ficas romântico, envolvido numa aura calma
longe dos trajes fúnebres do negócio
Apetece convidar-te para a beira mar gelada
do inverno interno, do vento gelado do norte
Beijar-te no carro
pedir-te para me levares de volta a casa
e espalhar a roupa da porta da entrada ao quarto
na luz amarelada dos candeeiros da rua
e respirar-te
ainda fresco
da viagem de volta feita de janela aberta.

#6

12 de maio de 2010

Emilisa Stoll

gritei-te
Ainda estás vivo?
lá de baixo do círculo ritual
assustei-te, bem feita
tiveste de continuar a caminhar
cabisbaixo, envergonhado
consumido por essa mediocridade balofa

falavam-me das casas e dos carros no círculo
a serpente a contorcer-se, azul, no canto

puxar a brasa à sardinha

Adoro noticiários. São mesmo engraçados.
Mas esquecem-se, muitas vezes, de dar a informação completa sobre as coisas.
A hoje noticiada "rapariga que não enevelhece" foi publicitada como a chave para a descoberta da eterna juventude. Apenas se falou da aparência da criatura, que apesar de ter nascido há 17 anos, parece uma criança de 4 ou 5.
O problema é que, encefalicamente, ela também não cresceu. É uma miúda de um ano há 16 anos...
A menos que arranjem um caso melhor, a querida Brooke só vai ser o paradigma da eterna inocência e total dependência paternal.

5 de maio de 2010

Mamíferos ruminantes cavicórneos

Tenho passado imenso tempo ao computador, num trabalho de redacção que parece nunca mais acabar. De vez em quando o meu cérebro desliga-se da folha do Word e googla qualquer coisa.

Há pouco googlou "Casal Ventoso", por causa de um trabalho sobre revitalização urbana que terei de fazer.
Muito me espantou um senhor estar chateado por "não terem dado casas aos moradores do Casal Ventoso que estavam presos. Agora saíram da cadeia e não têm onde ficar. Estão a viver com os pais e outros familiares".
Adoro a política dos "direitos acima dos deveres". Em especial porque me educaram com frases como "tens a liberdade que mereces em função da tua responsabilidade".
Estas coisas realmente deitam por terra os valores que me tentaram incutir. Porque, aparentemente, é possível ter-se liberdades e regalias quando não se têm responsabilidades. E se não é possível, pelo menos há pessoas que pensam que sim.

3 de maio de 2010

Pronúncia do Norte

"olhem, eu preciso de dar um malho num gajo e ouvi dizer que há aí uma seita que podia tratar disso..."

diminutivozinhos queirozianos

gosto de pessoas que se auto-intitulam "poetas". sendo um conceito muito vasto, penso que deveria ser outorgado por quem está de fora, a olhar. e penso que fazer quadras em redondilha maior não é propriamente poesia. não no sentido erudito. chamem-lhes versejadores. ou união civil registada. tanto faz. mas poetas é um pouco forçado. ainda para mais porque se provou, em estudos recentes não divulgados pelo vaticano, que qualquer pessoas com um Q.I. superior a 55 consegue fazer versos em redondilha maior ou menor.

1 de maio de 2010

Além de Nós

Oh senhor na televisão, eu não acho nada que o Brasil seja bom para promover a língua portuguesa. É bom para promover o brasileiro, aquela forma pouco evoluída do português deixado lá ao abandono em 1500 e troca o passo. A sintaxe, o vocabulário, a grafia, a pronúncia...
Me mata, vai, não é o mesmo, cara.

Por Cintra, com Cintra e em Cintra

Um homem muito triste
Um homem muito firme nas suas convicções
Dois brincalhões mais e menos cínicos
Um homem muito humilde
Um homem muito senhor de si
Um homem meigo
Um malandro
Uma mulher, vigilante
A Alma
Ajudante de cena com máscara

E assim se encena, com grandes actores,
por grandes mãos, uma lição.