a memória de recortes e rasgadelas
de revistas faz-me querer fazer os meus próprios
recortes e queimá-los
num ritual de exorcização, calmo, com guitarras do
novo pop baptista da linha de sintra...
e gritar
ele ardeu
como a sarça ardente
de Moisés...
e fumigar aquela amostra de casa
arrancar as recordações da parede
juntá-las num colchão manchado
e gritar que
ele ardeu
como a sarça ardente
de Moisés...
e levar o cão a passear
tirar-lhe o atilho do pescoço
libertá-lo daquilo
e gritar-lhe que
ele
ele ardeu
como a sarça ardente
de Moisés...
Silêncio
Há 1 ano