18 de abril de 2017

Menina burguesa de esquerda procura homem efeminado em quem mandar

Era uma vez uma menina muito burguesinha, no esquecido e fatídico ano de 2017, rodeada dos mais fixes e intelectualmente superiores amigos modernaços e progressivos.
Dita menina, educada em família vasta e tradicional, com certos rasgos de matriarcado, verdade - o que explica uma certa decadência moral do todo - tinha dentro de si, gravados a ferro e fogo, muitos dos valores conservadores, não tão fixes e progressivos quanto ela gostaria.
Desejando ardentemente constituir família, como qualquer rapariga de bem, escolhe homens efeminados e submissos, para que com a inaptidão deles possa desculpar o não comprometimento marital e subsequente ausência de procriação. Escolhe-os porque não é fixe e progressivo ser mãe ou ter um homem "homem". E nessa escolha, imposta - segundo ela - pela sociedade dos burgueses de esquerda, frígidos nas suas camisolas de gola alta e figuras esguias de quem passa fome intelectual, encontra a sua carta de vítima, de pobre vítima vergada aos desígnios do grupo, de vítima que deverá procurar a salvação em algum lado.
Abandonando o Deus em que acredita, subtraindo-se dos rituais de Domingo e da comunidade adjacente, esta alegre e bonita moçoila, com voz de anjo - certamente treinada no coro da Igreja - procurou um substituto para este agrupalhar de gente, que tanto anseia e valoriza.
Quem terá a resposta? Onde encontrará a luz que a guiará até si mesma, essa luz que a ajudará a ser progressista e fixolas e a realizar os seus sonhos de fada do lar, tudo ao mesmo tempo?
No venenoso, corrompido e fétido FEMINISMO.
Menina burguesa de esquerda pode agora culpar o patriarcado e quem ela quiser pelos seus falhanços pessoais ao mesmo tempo que justifica as suas acções conservadoras com a bandeira da libertação da mulher, da mulher que faz o que quer e que muito bem lhe apetece.
Batam palmas à menina, pois nunca vi ninguém dar tantas voltas a uma rotunda para sair pelo mesmo sítio por onde entrou.

Passaram-se seis anos desde a última vez que emiti um urro sequer neste blog. Seis curiosos anos de mudança, de enfretamento com nova informação, de contraste de experiências. Para trás ficam coisas com as quais já não me identifico totalmente, coisas que explanaria de modo diferente, coisas que refinaria. Mas aqui ficam como testemunho de que a mudança existe, é possível e benéfica. E que a estagnação é, como o feminismo da vitimização dos burgueses oprimidos, a fonte do mais fétido odor que entorpece as mentes e os corpos da nossa geração.

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